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quinta-feira, 23 de junho de 2016

Millennials

Millennials: o que realmente querem e como satisfazê-los?
Por Jack e Suzy Welch
Mimados. Ambiciosos. Desleais. 
As opiniões sobre a atual geração do milênio não são as melhores, mas não entendemos por que esse grupo costuma ter uma reputação negativa.
Na verdade, achamos que a geração de 20 e poucos anos que está entrando agora no mercado de trabalho é o grupo mais enérgico e animado que já vimos. E olha que já convivemos com muitos deles ao longo dos últimos anos. Visitamos dezenas de campi, lançamos nosso próprio programa de MBA, além de dar aulas em outros dois, prestamos consultoria para empresas contratantes de vários millennials e ainda criamos quatro filhos dessa geração.
Para nossa surpresa, vimos que os millennials são esforçados, extremamente autênticos, altamente sinceros e muito, mas muito animados. Sinceramente (e sem melodrama), nós os amamos e percebemos que eles estão mudando os negócios para melhor.
Uma das maiores qualidades dos millennials é que o mundo em que eles cresceram os fez ter uma mentalidade muito empreendedora. Essa geração tem entusiasmo de sobra para dar início a um novo negócio ou trabalhar em empresas menores. A rigidez corporativa não os impede de pensar, e os millennials parecem se importar de verdade com o impacto que seu trabalho causará no mundo. Em praticamente todas as visitas a campi, as pessoas dessa geração nos perguntaram sobre ética corporativa e responsabilidade social. Muitas mostraram uma preocupação legítima sobre como equilibrar o trabalho e a vida de maneira significativa, enquanto outras nos fizeram uma pergunta desafiadora sobre a noção geral do conceito de vencer na vida: “O sucesso precisa vir atrelado exclusivamente a dinheiro?” Quando respondemos que não e explicamos que o sucesso é medido ao estabelecer metas pessoais e alcançá-las, a reação sempre é positiva. O mais importante para as pessoas dessa geração é saber que o trabalho delas faz algum sentido.
Aliás, é exatamente por isso que os millennials hoje em dia são muito mais propensos a saírem em busca de novos horizontes, estejam onde estiverem, se não conseguirem obter as oportunidades, os desafios, a emoção e a inspiração que buscam no trabalho. Mesmo com as dificuldades do mercado, eles jamais se prendem a um emprego apenas à espera da segurança de uma aposentadoria, como os funcionários de antigamente. Na verdade, talvez a reputação de que os millennials são mimados venha de uma qualidade que eles parecem ter de sobra: impaciência.
Com tantos empresários abaixo da faixa dos 40 anos no Vale do Silício, a geração do milênio é testemunha de vários exemplos de pessoas muito jovens que causaram grande impacto. Provavelmente, os millennials também não querem mais esperar para fazer diferença.
Além disso, eles cresceram em um ambiente que deu voz a todo mundo por meio das redes sociais. Se tiverem uma determinada opinião, eles podem entrar no Facebook ou no Twitter, no Snapchat ou no Instagram, e se fazer ouvir como nunca antes. Então, quando vão trabalhar e ninguém os ouve nem os leva a sério, eles podem sofrer um efeito enlouquecedor.
Por sua vez, isso pressiona os líderes das empresas e os motiva a trabalharem de uma forma totalmente diferente.
Em primeiro lugar, surge a necessidade de criar um ambiente de entusiasmo para os funcionários. Os gerentes atuais já sentem a pressão de se perguntarem todos os dias: “Eu estou sendo amistoso com meus funcionários? Eles gostam de estar aqui? Como posso mantê-los satisfeitos? Estou gerando crescimento? Estou criando oportunidades? Eles se divertem aqui? Esse trabalho tem algum propósito? Estamos conectando as pessoas? Estamos dando voz a elas?" Um líder de millenials (e de pessoas de outras idades) deve buscar uma força de trabalho que esteja sempre animada. É necessário criar uma atmosfera agradável para todos, mas, se você não oferecer o que precisam, fique sabendo que os millenials não terão medo de partir.
Além disso, entre todos os grupos que já vimos, essa nova geração é a que mais desafia as empresas a serem transparentes. Há alguns anos nem se falava em transparência, e as hierarquias corporativas cegavam tudo e todos.
Agora, todo mundo quer saber o máximo possível sobre como acontecem as promoções, quais são as oportunidades e o que o futuro reserva. Mal temos palavras para descrever como isso é maravilhoso. Quando todo mundo sabe o que acontece, quando o conhecimento não se limita a hierarquias e quando todos se envolvem na dinâmica do trabalho, a empresa progride. Você conquista uma empresa entusiasta e que se desenvolve com mais rapidez. No fim das contas, ganha-se mais em produtividade, e grande parte dessa mudança se deve aos millennials.
É claro que você sempre corre o risco de se deparar com alguns jovens que “se acham”, e eles podem, sim, ser irritantes. Certamente há alguns por aí, mas isso sempre aconteceu. Afinal de contas, desde o surgimento do ensino superior, toda turma de graduados tem sua parcela de espertinhos metidos que pretende colocar os mais experientes em segundo plano.
No entanto, com base na nossa experiência, eles não representam a maioria.
Os millennials são autênticos. São dispostos, têm a mente aberta e são cheios de ideias ótimas para suas próprias carreiras e para a economia como um todo, já que exigem das empresas novos níveis de engajamento, oportunidade e mais sentido no trabalho. As empresas que lidam melhor com os millennials hoje são as que conseguem explorar mais a fundo esses anseios.
Agora, cabe aos gerentes se adaptarem a isso.
Jack Welch é Presidente Executivo do Jack Welch Management Institute. Com seu programa de MBA online, o Jack Welch Management Institute transforma a vida dos alunos oferecendo as ferramentas necessárias para que se tornem líderes melhores, criem grandes equipes e ajudem suas organizações a crescer.
Suzy Welch é coautora (com Jack Welch) do best-seller internacional Paixão por Vencer, além do best-seller O MBA da Vida Real: Como Entender as Regras do Jogo, Liderar Uma Equipe de Sucesso e Vencer os Desafios, do Wall Street Journal e do Washington Post.