Pesquisar este blog

quarta-feira, 21 de junho de 2017

A HISTÓRIA DO DESFILE


Entende-se como desfile de moda uma apresentação de roupas e acessórios, realizada em local e data prefixados pelo destinador, na qual um grupo de modelos caminha por aproximadamente 30 metros de passarela durante cerca de 20 minutos.

Com trilha sonora especialmente criada para esse fim, elas exibem em torno de 75 looks a um público aglutinado em filas dispostas lateralmente em torno da passarela. (...) Ao entrar no espaço de um desfile, podemos afirmar que o observador participa de um ritual da moda, pois nele a coleção inteira é apresentada por uma seqüência de programas narrativos que determinam seu começo, ápice e fim. (Garcia, 2007, p. 90-91)

Durante o reinado de Louis XIV, a corte francesa enviava as outras cortes europeias bonecas em proporção ao tamanho natural de alabastro, madeira, porcelana, moldadas ou esculpida, com os mais recentes estilos de vestidos.
Suas damas, por sua vez, enviavam as bonecas ás costureiras, que ficavam encarregadas de produzir o modelo, sapatos, chapéus e todos os acessórios que as acompanhavam.

Este ‘desfile de bonecas’ perdurou até o século XIX, em torno do final da Segunda Guerra Mundial.Em meados do século XIX, um inglês chamado Charles Fréderic Worth, que mais tarde viria s ser o ‘pai da alta costura’, revolucionou o modo de exposição das criações de moda, que até então eram em manequins ou bonecas estáticas, para algo bem próximo do conceito de desfile que possuímos hoje.

Em 1846 Woth muda-se para Paris, afim de trabalhar como balconista na Gagelin & Opigez, uma loja conhecida por seus xales de seda, assumindo a responsabilidade de negociar com duquesas e condessas o preço desses xales, que eram expostos em modelos contratadas para circular no estabelecimento.
Ali começou a criar modelos para sua esposa Marie Vernet, que era uma das modelos da loja, despertando nas clientes o interesse pelos diferentes modelos os quais usava e podendo assim, abrir um departamento para atendê-las.
Antes, Worth havia sido aprendiz na fábrica de drapeados Swan & Edgar e vendedor assistente na loja de sedas Lewis & Allenby, ambos na Inglaterra.

“Os anos de 1852 a 1870 são considerados de extravagância e vulgaridade da moda francesa. A sociedade parisiense estava ávida para demonstrar sua recente riqueza e Worth soube oferecer aos consumidores franceses o que outros costureiros locais não podiam.”
Até então as roupas eram produzidas por costureiras que não criavam ou inventavam novos estilos, mas construíam artesanalmente cópias de modelos trazidos por suas clientes em ilustrações, bonecas de moda ou revistas, o que fazia de cada cliente a responsável por estar “na moda”.

Worth ganhou o primeiro prêmio na Exposição de Paris em 1855, com um vestido criado para uma dama da corte de Eugenie. Mas foi ao desenhar um vestido para a Princesa Metternich, esposa do embaixador da Áustria em Paris, usar em um baile em Tuilleries que alcançou sucesso e prestígio, ao conseguir com que a imperatriz Eugenie notasse a criação e se tornasse cliente sua cliente.

Com a reputação solidificada, inaugurou em 1958 juntamente com um sócio, Otto Bobergh, sua Maison Worth &Bobergh, na 7 Rue 7 ed La Paix, com 20 funcionários. Introduziu a linha de produção em série, criando partes padronizadas e intercambiáveis entre as peças; adotou os moldes de papel e a figura da modelista; usava a máquina de costura para tudo, exceto para procedimentos delicados; era extremamente receptivo à inovações tecnológicas que contribuíssem para a praticidade e rapidez da produção das peças.

“Charles Worth aplicou os princípios e a tecnologia da Revolução Industrial à confecção de vestidos de luxo e foi por conseqüência responsável pela transformação de uma série de pequenas alterações na própria indústria de moda do período.”
Quando trabalhou para Gageli, Worth percebeu a sedução que as roupas em movimento causavam às...