A Allure, revista norte-americana especializada em beleza, anunciou hoje, 14/08, que vai abolir o termo “anti-envelhecimento” de suas publicações. Significa que a partir de agora o termo não será mais usado em artigos e matérias dedicados à cosméticos e tratamentos que combatem o envelhecimento, uma vez que concluir isso é humanamente impossível. Você pode usar um produto que preencha as linhas de expressão, hidrate mais, e que possam até modificar a textura da pele do rosto, mas evitar que a epiderme envelheça, não tem como.
Esse sempre foi um dos ensinamentos deixados por nossa Ruiva, que acredita ser uma questão de tempo para que todos os segmentos proíbam completamente o uso dessa expressão.

Com isso, devemos dizer adeus aos ácidos hialurônicos, o retinol, a vitamina C e todos os ingredientes vendidos como fontes de rejuvenescimento dentro de pequenos potes? A própria Allure apontou que não significa um boicote aos cosméticos de pele, muito pelo contrário. Mas frisou que precisamos usar os termos corretos para isso.
A mudança tem a ver, entre tantos avanços, com o fato da geração millennial não estar muito interessada no progresso dos produtos “anti-envelhecimento“. Ao invés disso, essa nova geração de adultos tem demonstrado mais importância aos produtos sustentáveis ao meio ambiente, até porque descobriram que envelhecer não é tão ruim assim, com ou sem sinais de expressão.
Pra gente entender o peso de uma simples mudança de liguagem, a Allure citou que “é como dizer que fulana está bem para a idade que tem”, termo que poderíamos achar que se trata de algum tipo de elogio, mas que atualmente é encarado como um insulto às mulheres mais velhas.
Helen Mirren estampou a capa e o recheio da última edição da Allure para fortalecer o coro de que mulheres maduras são lindas da maneira como elas são. Ficou claro que os tempos mudaram, e isso significa que até os cosméticos poderão sofrer uma nova adaptação daqui pra frente.
Não apenas os termos com que chamamos esses produtos de beleza serão revisados, como suas fórmulas deverão sofrer ajustes para agradar os consumidores futuros. Isso porque os cosméticos que retardavam os sinais da pele a longo prazo, até então os mais requisitados pelas mulheres, poderão ser substituídos por produtos de resultados imediatos. As máscaras faciais são alguns desses produtos que agem imediatamente na pele apresentando diferenças visíveis aos olhos dos consumidores. A desvantagem é que a maioria possui um tempo específico de duração, portanto a pele volta ao normal depois de algumas horas. Mas isso não chega a ser um problema para a geração futura de consumidores.
Outro fator para essa mudança de comportamento é que a nova geração esteja mais habituada a aplicar protetor solar no rosto todos os dias, e essa ação tenha ajudado a conservar melhor a pele do rosto de uma parte maior da população, que talvez não se incomode tanto com os pequenos sinais de envelhecimento. Afinal, descobrimos que eles fazem parte da vida e completam a nossa história, não é mesmo?
Fotos: Allure.
Fernanda Pires - blog da Julia Petit
Menos anti, mais sinais de vida
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