As 7 principais prioridades de sustentabilidade para os líderes da moda
O relatório CEO Agenda 2018, elaborado pela Global Fashion Agenda, destaca as 7 prioridades que os CEOs da indústria da moda devem enfrentar neste ano.
Global Fashion Agenda é um fórum de liderança sobre moda e sustentabilidade que tem como missão mobilizar a indústria da moda internacional para transformar a maneira como produzimos, comercializamos e consumimos moda.
Responsável pela organização do principal evento de moda e sustentabilidade do mundo, o Copenhagen Fsahhion Summit- – que neste ano acontecerá nos dias 15 e 16 de maio – o Global Fashion Agenda elaborou um relatório chamado CEO Agenda 2018 que destaca as 7 prioridades que os líderes da indústria da moda devem enfrentar neste ano.
Criada em colaboração com as principais empresas de moda – incluindo o grupo Kering, H&M, Target, Bestseller, Li & Fung e Sustainable Apparel Coalition – o relatório é composto por duas seções. A primeira descreve as três prioridades centrais para implementação imediata e a segunda seção aponta as quatro prioridades transformacionais para mudanças a longo prazo.
Segundo o documento as três primeiras prioridades principais já foram implementadas pelos pioneiros da indústria, e há inúmeros casos que comprovam o valor que trazem, tanto de uma perspectiva corporativa quanto de uma perspectiva macroeconômica.
Já as prioridades da segunda seção apesar de serem urgentes e cruciais para a construção de uma indústria mais sustentável o caminho para alcançá-las é mais incerto.
Confira abaixo as principais prioridades de sustentabilidade para os líderes da indústrias da moda.
Sete prioridades de sustentabilidade para a indústria da moda, CEO Agenda 2018.
As três prioridades centrais para implementação imediata:
1. RASTREABILIDADE NA CADEIA DE VALOR
Muitas marcas operam em cadeias de valor complexas e muitas vezes fragmentadas o que dificulta a rastreabilidade das matérias-primas usadas nos produtos. O relatório recomenda que esse problema pode ser resolvido ao organizar os fornecedores em blocos e que as marcas publiquem sua lista de fornecedores, aumentando a transparência e estimulando a colaboração e o engajamento das partes
interessadas.
interessadas.
2. USO EFICIENTE DA ÁGUA, ENERGIA E PRODUTOS QUÍMICOS
O impacto da indústria da moda no meio ambiente é significativo – responsável por grandes emissões globais de carbono, bem como a poluição da água por produtos químicos na produção de couro e jeans.
As marcas e seus fornecedores precisam colaborar para controlar e reduzir o consumo de água, o uso de energia e produtos químicos e os níveis de poluição em todo seu ciclo de produção. Isso ajudará na implementação de programas de eficiência no estágio de processamento da cadeia de valor para reduzir o uso de recursos e a poluição.
3. AMBIENTES DE TRABALHO SEGUROS E DIGNOS
Infelizmente as más condições de trabalho – discriminação, exploração, insegurança – ocorrem em todos os níveis da indústria. As empresas devem formalizar condições dignas de trabalho que respeitem os direitos humanos universais.
As quatro prioridades transformacionais para mudanças fundamentais a longo prazo:
4. MIX DE MATERIAIS SUSTENTÁVEIS
A escolha de matérias-primas de uma marca pode definir até 50% de sua pegada ambiental. As empresas devem aumentar o uso de materiais de baixo impacto, como algodão orgânico, e investir no desenvolvimento de novos materiais sustentáveis.
5. SISTEMA DE MODA CIRCULARES E FECHADOS
Atualmente, a indústria da moda está muito distante de um sistema fechado: de acordo com o relatório, 73% das roupas do mundo acabam em aterros sanitários, enquanto menos de 15% das roupas são recicladas e menos de 1% do material usado na produção é reciclado.
As equipes de design e desenvolvimento de produtos de marcas de moda devem ser treinadas para criar produtos com o objetivo de longo prazo, projetando itens que sejam duráveis e fáceis de desmontar e reciclar, criando sistemas circulares e fechados.
6. PROMOVER MELHORES SALÁRIOS
A indústria global da moda emprega 60 milhões de pessoas ao longo de sua cadeia de valor, de acordo com o relatório. No entanto, os salários nos países produtores de vestuário são muitas vezes inadequados e não fornecem as necessidades básicas dos trabalhadores. As empresas devem garantir que os fornecedores cumpram os requisitos salariais da lei local e implementem novos e melhores sistemas salariais.
7. QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A tecnologia sempre foi um dos principais impulsionadores do desenvolvimento da moda. Embora a
digitalização forneça várias soluções, a maneira exata como isso afetará o futuro da moda ainda é desconhecida – e difícil de prever. Estima-se, por exemplo, que em alguns países a automação poderia substituir até 90% dos empregos dos trabalhadores de vestuário.
digitalização forneça várias soluções, a maneira exata como isso afetará o futuro da moda ainda é desconhecida – e difícil de prever. Estima-se, por exemplo, que em alguns países a automação poderia substituir até 90% dos empregos dos trabalhadores de vestuário.
Marcas de moda precisam trabalhar com as partes interessadas da indústria para desenvolver um modelo de automação responsável que leva em conta os impactos dos avanços tecnológicos na mão de obra e trabalhadores em toda a cadeia de valor
Texto traduzido e adaptado do original “Fashion’s 7 Priorities To Achieve Sustainability” escrito porTamison O`Connor da Business of Fashion.